domingo, 27 de setembro de 2009

O VOTO

Acordei tarde. tal como Angela Merkl, passei a manhã na cama, e
adiei a ida às urnas.
Ao contrário de Sócrates que sente alegria - eu só o senti, quando
votei Alegre - e felicidade quando vota, eu já nem sequer me emociono.
Faço-o de forma tranquila, como quem toma uma decisão, sabendo que
muitas vezes, o meu acto é administrativo e tem um peso meramente
estatístico.
Geralmente não me abstenho - já o fiz numas europeias, a Europa diz-me pouco,
sou muito mais por uma Grande Ibéria - e também não sinto a obrigação
de exercer.
É um direito, que me dá o direito de não o fazer. E nem por isso me sinto
impedido de participar na vida do país, das pessoas, de argumentar, de
criticar. Isso é que é democracia. O contrário é conservador, desusado,
bacoco.
Não votar também é viver em democracia.
Aqui vou eu.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

OS PRATOS DA BALANÇA

Comprou numa loja de antiguidades, uma daquelas balanças em cobre com dois pratos, muito usadas em mercearias e farmácias antigas.

Num dos pratos, colocou uma boa porção, meio quilo, de ética, e cerca de quatrocentos gramas de deontologia. Convenhamos que é muito, nos tempos que correm. Havia muito disso lá por casa. Já não há tanto!

Bom, no outro prato da balança, despejou, é mesmo isso, despejou uma enorme quantidade de faltas de pagamento em pensão de alimentos, muitas rendas em atraso, e as bem actuais dívidas a instituições financeiras e antigos fornecedores.

Ainda entornava o segundo item, e os caros valores do primeiro prato, começaram qual braço de ferro a ceder.

No último ano, literalmente mais de doze meses, já ele agonizava em negócios mal calculados, iniciava um processo de regresso activo ao jornalismo. Jornalista…?! …actividade, tão em vias de extinção.

Ora os empregadores potenciais, fossem eles de televisão, rádios, ou outras publicações, fossem eles agências de comunicação e marketing, ou simples empresas à procura de quem lhes tratasse do “lifting”, estavam sempre com um “não”,na ponta da língua.

Disseram não ao sistemático envio de cartas e “mails” de apresentação, às entrevistas e aos contactos telefónicos ou presenciais.

E é por isso, que a tão bonita carteira profissional, um honroso título, começava a deixar de fazer sentido, e deveria ser devolvido à procedência, ou mesmo colocado em hasta pública.

E ele também se venderia, se alguém o quisesse comprar!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

ANO E MEIO

Como é óbvio, Cavaco Silva, o Presidente da
República deveria ter confrontado Sócrates,o
Primeiro-Ministro, sobre as escutas em Belém.

Deveria ter acontecido há um ano e meio.

Cavaco não o fez, porque teve medo.

Sócrates não descansou os portugueses, porque
teve medo.

Ambos tiveram medo da
Democracia.

Em cada um de nós, portugueses, há um potencial bufo,
polícia, ditador.
Esta forma de agir é levada ao extremo quando se exerce
política.
E é por isso que, há um ano e meio, nem Cavaco confrontou
Sócrates, nem Sócrates descansou Cavaco.

Eles têem medo de viver num regime que os elege, e os suporta.
Porque julgamos nós, que eles sós querem ( e não sabem ) governar com
maioria absoluta?
Porque têm horror à democracia.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Varatojo dE Caras

“ Varatojo de Caras “

penitência, religiosidade, esforço, sacrifício, terror,
guerra.

Isolamento, restrições, afastamento, sobrevivência.

são caras marcadas.

registos de emoções,

pelos anos, pelo horror, pela solidão, igualmente pela
fraternidade.

vemos “ cristo “, vislumbramos lutadores, soldados
e guerreiros,

eremitas e coveiros.

dependentes e marinheiros.

Ibéricos, antigos egípcios, e gregos. Almas penadas,
figuras doentes, coisas do outro mundo.

são máscaras de medo, carrascos, gritos de chamamento.

de poemas, risos, cantos e assobios.

elas são múmias, fariseus, deuses, e outros judeus.

Nestas caras também se vêem corações.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

MAIORIA, NÃO!

Saber viver em democracia é, por exemplo governar sem
maioria absoluta.
um bom governo de coligação é um desafio, para o qual eu
espero estejam os políticos portugueses duma vez por todas,
preparados.

A democracia é feita de consensos, de entendimentos, de
projectos e pensamentos colectivos.

A maioria absoluta conduz a um Portugal, como Paula Rego
define em entrevista ao " Expresso ", de " chicote e caridade ".

Algo muito próximo do exercicio da ditadura. Escrevo eu.

Os portugueses não devem continuar a pagar vencimentos a
vereadores eleitos para " estarem " apenas na oposição.
É preciso atribui-lhes pelouros, responsabilidades.

Os governos e as autarquias, não são " fogueiras de vaidades ".
São focos de desenvolvimento, de educação, de progresso, e de
construção.

E para isso, acrescentar valor, significa apostar nas ideias. Na
criatividade.